Presidenciais:"Não posso nem devo perder as eleições", Joaquim Monteiro

22-06-2011 13:22

 O quarto candidato às presidenciais, Joaquim Monteiro, foi ontem o convidado do programa " A Entrevista" da TCV. Joaquim Monteiro falou sobre como pretende levar a cabo a sua campanha e sobre as áreas prioritárias para o desenvolvimento de Cabo Verde. O candidato afirmou ainda que vai vencer estas eleições à primeira volta e que vai voltar a concorrer às próximas presidenciais.


Durante cerca de uma hora a jornalista Adelina Brito conduziu uma entrevista com Joaquim Jaime Monteiro, o quarto candidato às presidenciais. Este candidato foi o último a ver a sua candidatura validada pelo Supremo Tribunal de Justiça com 1033 assinaturas validadas do dossier apresentado.

O candidato septuagenário que fez a tropa em Macau defendeu o desenvolvimento do ensino em Cabo Verde e caracterizou o ensino actual como filosófico, reforçando que é necessário apostar em áreas mais científicas. Joaquim Monteiro não se inibiu em dizer que visualiza Cabo Verde enquanto um "mini Japão" caso haja investimento em sectores tecnológicos e industriais, visto que para este candidato o país tem uma "capacidade inexplorada".

O candidato afirmou ainda que tem apoiantes de todos os partidos, independentemente do facto destes últimos terem declarado publicamente o seu apoio a outras candidaturas. " O voto é secreto", explicou Joaquim Monteiro dando a entender que até ao dia das eleições tudo pode acontecer.

Quando questionado sobre a oficialização do crioulo, o candidato corrigiu a jornalista de modo a que Adelina Brito trocasse o termo crioulo para língua cabo-verdiana. Joaquim Monteiro esclareceu que quando foi chamado por um colega da tropa por "crioulo", deu-lhe um soco no "focinho". De qualquer forma, o candidato, que citou várias vezes o Baltazar Lopes, mostrou que esta não é uma questão que seja prioritária.

"Vivemos num mundo global", explicou o candidato para justificar que há cada vez menos necessidade de existirem sub-regiões, referindo-se a CEDEAO.

A campanha

O ex-combatente afirmou ainda que em 48 horas conseguiu cerca de quatro mil assinaturas, garantindo que em mais tempo poderá fazer ainda melhor. Apesar de ainda não ter sede própria, nem e-mail (segundo afirmou a jornalista), por exemplo, Joaquim Monteiro pretende chegar às populações através do diálogo e do debate possível com a sua "presença física", bem como através dos média. O candidato não pretende deslocar-se à diáspora e quer contactar com o seu eleitorado via as novas tecnologias.

Quanto ao financiamento da campanha, o "candidato do povo", como ele próprio se caracteriza, pretende recorrer aos bancos para tal. Joaquim Monteiro foi categórico no que diz respeito ao uso de "dinheiro do povo" para custear a campanha eleitoral. De qualquer forma, o candidato anúncio que em breve o eleitorado irá saber como entrar em contacto com ele.

No final Joaquim Monteiro garantiu que vai vencer e "à primeira volta". "Não posso nem devo perder as eleições", afirmou o candidato. Mas de qualquer forma assegurou ainda que vai voltar a ser candidato nas próximas eleições.

Perfil

Joaquim Jaime Monteiro nasceu a 21 de Agosto de 1940 em Coculi, na ilha de Santo Antão. Cumpriu serviço militar em Macau. E em 1965 regressou a Cabo Verde para iniciar nas alas do PAIGC a luta contra o colonialismo. O seu lema eleitoral é "Continuar Cabo Verde, Melhorar Cabo Verde".