Mayra Andrade levou o mundo ao Coliseu

Durante a semana passada quase todos os meios de comunicação portugueses falaram sobre a presença de Mayra Andrade no Coliseu dos Recreios, em Lisboa. Com a sala de espectáculo com algumas cadeiras por preencher, a cantora fez juz às expectativas de todos.

A noite estava quente para o público português, e como tal pedia um serão bem passado. Quem escolheu passar a noite de ontem no Coliseu dos Recreios fez uma óptima opção. Mayra Andrade convidou uma série de nomes sonantes – Teresa Salgueiro, Tito Paris, Carlos Martins, Bernardo Sassetti e Carlos do Carmo – e reuniu-os em Lisboa para um dos seus concertos mais intimistas.

Dez anos depois, a cantora está pela primeira vez ‘sozinha’ neste palco. Quando se apresentou, sorridente, quase tímida, falou com emoção da última vez que esteve aqui, ‘Não sei se alguns de vocês se lembram mas eu só tinha 16 anos’, lembrou Mayra.

Embora tenha começado com o português de Chico Buarque e Maria Bethânia, foi com o sotaque de Camões que Mayra Andrade recebeu a sua primeira convidada, Teresa Salgueiro. Num tom mais cúmplice, a cabo-verdiana falou das suas raízes como se estivesse a contar uma história. A sua história de berço cubano. Em homenagem à mãe que, ainda na maternidade, lhe deu a conhecer a música de Pablo Milanes, Mayra encantou o público em espanhol.

Pouco antes disso, a maior ovação da noite foi para Tito Paris. O cabo-verdiano juntou-se à sua conterrânea e juntos fizeram ouvir vozes em crioulo. Recordando um dos seus padrinhos portugueses, Mayra Andrade trouxe ao palco o saxofonista Carlos Martins. Depois dele, uma das maiores referências do jazz português veio juntar-se à intérprete, Bernardo Sassetti. A música que tocaram juntos, ‘Michelle’ foi o mote perfeito para um dos momentos altos da noite, a entrada de Carlos do Carmo.

Enquanto que Mayra Andrade agradecia  a sorte que o fadista lhe tinha dado, Carlos do Carmo ofereceu, em jeito de brincadeira, pastilhas para a voz ‘doce’ da cantora. Após este momento, a cabo-verdiana fez justiça às expectativas que todos tinham em relação a si: cantou músicas do mundo. Melhor . Mayra Andrade trouxe o mundo à sala do Coliseu.