Brava: É preciso criar uma política de emergência a nível de saúde para a ilha

03-06-2011 11:31

 Cidade de Nova Sintra, 03 Jun (Inforpress) – O delegado da saúde da Brava, Pedro Morais, alertou, hoje, às autoridades nacionais pela necessidade de dotar a ilha de mecanismos de evacuação para casos de emergência. 


Pedro Morais, que falava em entrevista à Inforpress, diz reconhecer os avanços conseguidos com a chegada do catamaran “Kriola”, mas adianta que é preciso definir uma política de emergência para a ilha no que se refere a deslocações médicas, apontando o recurso ao helicóptero como uma solução. 

“A falta de ligações áreas na ilha Brava não condiciona a evacuação de doentes mas, em caso de emergência, faz falta. Por isso, é preciso, a nível nacional, pensar em planos de evacuação de emergência médica utilizando helicópteros”.

A par dos meios aéreos para evacuações de emergência, o delegado de saúde da Brava sugere, ainda, a implementação, na ilha, da tele-medicina com o objectivo de abreviar o contacto com os serviços especializados dos principais hospitais e centros de saúde antes de evacuar os doentes.

Desde 1998, altura em que o aeródromo da Fajã d’ Água foi desactivado, a ilha Brava tem estado a braços com a falta de ligações aéreas.

As ligações marítimas, também incipientes durante longos anos, só vieram a se normalizar com a chegada do catamaran “Kriola”, em Janeiro de 2011.

O navio “Kriola” tem vindo a estabelecer as ligações diárias Brava, Fogo e Santiago, dormindo todas as noites no porto da Furna, precisamente em precaução às situações de emergência.

Nos dois últimos casos registados na ilha, em que foi preciso utilizar o “Kriola”, conta o médico, a evacuação de um indivíduo baleado e de uma senhora que deu entrada no centro de saúde em estado muito grave foi feita durante a noite.

Com a melhoria das condições de evacuação e de diagnósticos, diz Pedro Morais, a ilha Brava poderá ver minimizadas as dificuldades inerentes à falta de um hospital regional, que tão cedo não estará em condições de existir.

“A ilha não consegue ter um hospital regional devido à sua dimensão e ao número de habitantes, uma vez que, normalmente, para construir um hospital regional numa localidade, há que ter 50 mil habitantes”, reconhece Pedro Morais.

Avança, também, que “é preciso toda uma estrutura que é muito cara e convencer os profissionais a trabalharem na ilha”. Por isso, temos é que melhorar as condições que temos a nível de transporte”, remata.