Líbia: Kadhafi aceitou não fazer parte das negociações para pôr fim ao conflito – UA

27-06-2011 12:10

 

 Pretória, 26 Jun (Inforpress) – O dirigente líbio Muammar Kadhafi aceitou não fazer parte das negociações para pôr fim ao conflito que dura há quatro meses, anunciaram hoje os chefes de Estado africanos mediadores da União Africana para a Líbia. 



A comissão de mediadores da UA “saúda a decisão do coronel Kadhafi de não fazer parte do processo de negociações”, lê-se num comunicado divulgado em Pretória após uma reunião dos cinco presidentes que integram este órgão.

O texto foi lido à imprensa pelo comissário da UA para a paz e segurança, Ramtane Lamamra, que recusou responder a questões dos jornalistas.

O comunicado reitera por outro lado o apelo da organização para um cessar-fogo imediato que permita a realização de negociações.

“As partes em conflito na Líbia devem iniciar um diálogo nacional com vista a um cessar-fogo global, uma reconciliação nacional e disposições para a transição, assim como um calendário para a transição para a democracia”, segundo o texto.

A comissão de mediadores da UA, composta pelos presidentes da África do Sul, Congo, Mauritânia, Mali e Uganda, reuniu-se hoje em Pretória para avaliar os esforços de mediação para uma resolução da situação na Líbia.

Na abertura da reunião, o presidente da África do Sul, Jacob Zuma, insistiu na necessidade de pôr fim rapidamente ao conflito e criticou a operação da NATO por estar a desrespeitar o mandato que lhe foi dado pelas Nações Unidas.

“Os bombardeamentos contínuos da NATO e dos seus aliados são uma preocupação para a nossa comissão e para a assembleia da União Africana, porque a finalidade da resolução 1973 era proteger o povo líbio e facilitar os esforços humanitários”, disse Zuma.

“A finalidade não era autorizar uma campanha para uma mudança de regime ou um assassínio político”, acrescentou o presidente sul-africano, que falava na abertura de uma reunião da comissão de mediadores da UA sobre a Líbia, segundo o texto da sua intervenção citado pela agência France Presse.

A UA propôs um “roteiro” para a Líbia prevendo um cessar-fogo e a instauração de um período de transição que conduza à realização de eleições livres, proposta aceite por Kadhafi mas rejeitada pelos rebeldes que combatem o seu regime. Lusa/Fim