Fogo: Adega de Chã das Caldeiras prevê produção de vinho em mais 25 por cento

09-06-2011 14:22

 Cidade de São Filipe, 09 Jun (Inforpress) - A adega de Chã das Caldeiras prevê, para este ano, um aumento na produção de vinho em mais de 25 por cento em relação ao ano de 2010. 



David Gomes “Neves”, técnico agrário e sócio fundador da Adega de Chã das Caldeiras, disse à Inforpress que, no ano de 2010, a produção foi de 75 mil litros de vinho e que, para este ano, as perspectivas apontam para uma produção superior a 100 mil litros (mais de 130 mil garrafas de 0.75 litros).

De uma forma geral, como disse, as perspectivas para a produção de matéria-prima (uva) apontam para um aumento superior a 20 por cento em comparação com o ano transacto devido às chuvas abundantes de 2010, ao aumento da área de cultivo com a fixação, a cada ano, de milhares de plantas de videiras e fraca presença de pragas nas videiras e ao combate eficaz com recurso a enxofre em pó.

A vindima inicia-se na segunda semana de Julho e, segundo David Gomes “Neves”, a adega não terá a capacidade para receber toda a matéria-prima para a sua transformação devido ao stock da produção de vinho de 2010.

David Gomes assegurou à Inforpress que a adega encomendou alguns materiais, nomeadamente garrafas, na Itália, que devem chegar à ilha a qualquer momento, o que permitirá engarrafar o vinho em stock e libertar os barris para a produção da maior quantidade possível do vinho.

A Adega de Chã das Caldeiras produz vinhos branco, tinto, rosé e passito, mas a sua maior produção é do vinho branco, que ocupa 75 por cento do total.

A primeira fase da construção da unidade de transformação de frutas, segundo David Gomes, já foi concluída e essa unidade começa a funcionar este ano, transformando o excedente de frutas em doces e compotas.

Para tal, a unidade será equipada com os materiais disponibilizados no quadro do então projecto “Protecção dos Recursos Naturais da Ilha do Fogo, PRNF” e os outros que a própria adega mandou comprar na Itália e que devem chegar à ilha brevemente.

Já a cooperativa Sodade, integrada por 22 sócios das zonas altas de Achada Grande, Corvo e Relvas (Mosteiros), não prevê aumento da produção, antes pelo contrário, a sua previsão aponta para uma redução.

Eduíno Lopes, presidente da cooperativa Sodade, revelou, em declaração à Inforpress, que a produção de uva nas zonas altas dos Mosteiros é menor este ano, além do surgimento de pragas que não foram devidamente tratadas pelos viticultores.

O problema maior não reside na produção de uva, mas nos próprios sócios que preferem vender a sua produção de uva, que dá lucro imediato, em vez de entregar na cooperativa, lamentou.

Ainda assim, Eduíno Lopes confirma que a produção de vinho poderá ultrapassar os 30 mil litros, caso os sócios venham a vender as uvas à cooperativa.

Com relação à produção de 2010, na ordem dos 26 mil litros, ainda existe uma pequena quantidade em stock, mas não o suficiente para satisfazer uma encomenda, segundo o presidente da cooperativa Sodade.

Além das adegas de Chã das Caldeiras e de Achada Grande/Corvo e Relvas, este ano, a Associação Solidariedade para o Desenvolvimento (ASDE), ligada ao projecto “Vinha de Maria Chaves”, nas proximidades de São Filipe, também deu início à produção de vinho.

A perspectiva inicial da Vinha de Maria Chaves, que ocupa uma área de 25 hectares e tem um sistema de rega localizada, é de, neste ano, produzir cerca de 70 mil litros de vinho.

Caso vier a se confirmar essa previsão, em 2011, a ilha do Fogo vai produzir uma média de 200 mil litros de vinho, sem contar com a produção dos vinhos caseiros “manecom” que, normalmente, atinge valores expressivos.